1 de mai. de 2012

PRIMEIRO AMOR, ETERNO AMOR


Estava meditando na Palavra do Senhor em Apocalipse, e no capítulos 2 e 3, Jesus  fala diretamente as sete igrejas da Ásia, e revela várias particularidades destas igrejas.

Observei que a primeira igreja que Jesus se dirigiu foi a igreja de Éfeso, e começa elogiando-a devido o seu zelo com a doutrina, seu cuidado em defender a moral e os bons costumes, que estava sempre atenta e combatendo os falsos profetas, era uma igreja forte e paciente.

Porém Éfeso tinha se esquecido do primeiro amor. E quando cheguei neste trecho do texto fiquei meditando no que isso significa.

Fui orar e pedir orientação ao Espírito Santo do Senhor, afinal é ele que nos ensina os mistérios da Palavra (ICo 2.10-13), em oração vi uma igreja linda, bem arrumada, com cuidado nos detalhes da ornamentação, membros bem vestidos e alinhados, devidamente trajados, como convém aos santos.

Vi também que essa igreja lia a Palavra, sim, era ensinada a bíblia em várias reuniões, pois vi cultos iniciando e terminando. Vi que nesses cultos louvores eram cantados, e que os músicos que lá tocavam eram aos meus olhos profissionais, pois tocavam em perfeita harmonia e tinham em sua frente pastas que acredito ser partituras.

Mas apesar de parecer uma igreja perfeita, percebi que no altar os obreiros estavam cabisbaixos, quem ministrava  parecia na verdade um contador de história, pois suas palavras apesar de bonitas, eram vazias e se perdiam no ar.

A cada inicio e fim de reunião que vi o povo entra e saia do mesmo jeito, com rostos opacos, em extrema formalidade de procedimentos mas completamente vazios de amor pois mal se falavam, nem demonstravam afeto uns com os outros.

Não vi a alegria espontânea que aqueles que tem comunhão com Deus tem em estar em sua casa (Sl 122.1), os louvores eram entoados com profissionalismo porém faltava gratidão, reconhecimento dos benefícios que o Senhor os tinha feito, faltava adoração plana e sincera (Sl 103.1-5).

Vi na verdade uma igreja formalista e metódica que se tornou fria e sem um amor pleno e abundante  por se dedicar excessivamente a aparência e liturgia dos cultos, inibindo assim a manifestação das muitas formas de manifestação da graça de Deus (IPe 4.10), limitando a ação do Espírito Santo e de seus dons (ICo 12.1-11).

Vi uma igreja que infelizmente  extrapolou e distorceu o que apóstolo Paulo quis dizer com “faça-se tudo decentemente e com ordem” (I Co 14.40).

Então entendi que perder o primeiro amor, é perder aquilo que o novo convertido tem de sobra, que é o prazer, a alegria e a vontade de estar na presença do Senhor, o desejo de conhecer e querer mais de Deus, é manter uma alma sedenta por ver e vivenciar a glória de nosso Pai Celestial, é se quebrantar diante do Eterno (Sl 51.17), é não deixar de amar o nosso Deus de toda nossa alma, de todo nosso coração, de todas as nossas forças e de todo nosso entendimento (Dt 6.5; Mt 22.37).

A liturgia, as metodologias e o formalismo, apesar de necessários, não podem jamais sobrepor ou estar a frente da vivencia, entrega e manifestação do amor e da graça do Senhor Eterno Deus em nossas vidas e cultos, de forma que o primeiro amor seja eterno em nós.

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